Confusão pós-operatória
Existem 2 tipos de “confusão” que podem ocorrer após uma cirurgia:
- Delirium
- Disfunção Cognitiva
Delirium
Surge habitualmente nos primeiros dias após uma cirurgia.
Os seus sintomas são variáveis e podem ir mudando ao longo do dia. A pessoa pode estar agitada e confusa ou silenciosa e apática e pode não se lembrar do seu nome ou de onde está . Pode ter dificuldade em reconhecer os familiares, ter alterações do sono (como dormir de dia e estar acordado à noite), gritar, praguejar, tentar sair da cama, arrancar os tubos e pensar que o querem magoar.
Nos primeiros dias após a cirurgia, o corpo está num processo de recuperação que pode afectar o funcionamento do cérebro. Algumas causas possíveis desta alteração do comportamento podem ser: infeção, dor, efeito dos medicamentos, desidratação, nível baixo de oxigénio, dieta inadequada, obstipação, distúrbios do sono, não tomar a medicação habitual ou não ter os seus óculos ou aparelho auditivo.
O tratamento consiste em tratar as causas como dar antibiótico para infecções, tratar a dor, hidratar, assegurar uma boa nutrição, tratar a obstipação, fornecer os seus óculos, etc. É aconselhável falar com a pessoa calmamente, lembrá-la de quem é, onde está e o que aconteceu, usando palavras e frases simples.
O risco é maior em pessoas mais velhas, que tenham demência, consumam álcool em excesso, depressão, problemas da visão ou audição, limitação da mobilidade ou se a cirurgia foi urgente.
A pessoa acaba por ficar bem após o tratamento mas isto pode prolongar a sua estadia no hospital.
Disfunção Cognitiva
Surge mais tarde após a cirurgia e pode durar semanas a alguns meses.
Consiste em ter dificuldade em realizar tarefas que antes realizava sem dificuldade como: concentrar-se numa história ou filme, memorizar, fazer várias tarefas ao mesmo tempo, fazer palavras cruzadas ou uma lista de compras.
Estes efeitos tendem a diminuir ao longo do tempo. Apesar de não se conhecer a sua causa, não parece relacionar-se com o tipo de anestesia pois tanto ocorre em pessoas que fizeram anestesia geral como loco-regional.
O risco é maior em pessoas submetida a cirurgia major ou que precisem de uma re-intervenção cirúrgica, com mais de 60 anos, após cirurgias longas, cirurgia cardíaca e se tiverem uma infecção grave ou dificuldade respiratória após cirurgia.